Um dia, talvez, quando toda a Gente assim quiser.
O SERIAL BLOGGER
quinta-feira, 25 de abril de 2024
terça-feira, 15 de agosto de 2023
Quando eu tinha 8 anos, queria andar de bicicleta. O meu irmão tentou ensinar-me, mas eu não conseguia. Depressa desistiu de mim.
Até que um dia foi o meu pai que decidiu ensinar-me. Para minha desgraça. Ainda me lembrava das suas lições da tabuada, das contas de multiplicar, sempre acompanhadas de estalos e gritos. E aquele "olho à belenenses" por causa daquele erro ortográfico? Eu tremia por dentro e por fora.
Uma, duas, três vezes. Sempre a mesma coisa e quanto mais ele me insultava mais eu falhava.
À quarta vez, no momento de me largar, deu um empurrão muito forte que só poderia ter um resultado. Caí com força. Muita força. Ainda hoje tenho a ferida. Ao levantar-me, no meio dos risos e da chacota geral, olhei para trás e o meu pai já ia longe vociferando, só lhe via as costas.
quarta-feira, 10 de novembro de 2021
NÃO PENSES MAIS NISSO...
Há histórias que parecem perfeitas. Outro álbum histórico que faz 30 anos - foda-se estou a ficar velho!!! - é o excelente "Nevermind" dos Nirvana com a sua engraçada e inteligente capa que nos bons anos 90 e antes da Era do Absurdo, não chocou ninguém com um QI acima de um mosquito.
A capa não poderia ter sido mais premonitória do futuro, não poderia ter sido mais crua e verdadeira para com a natureza humana e a sua sociedade de consumo capitalista e neoliberal.
Em Agosto deste ano, o menino da capa ( de seu nome Spencer Elden ) que tenta agarrar a nota de Dólar presa por um anzol, entrou com um processo contra os membros da banda, esposa e herdeiros de Kurt Cobain, com uma acusação de exploração sexual e pornografia infantil, fazendo dele um "trabalhador do sexo infantil".
Claro que tudo ficará bem na cabeça deste corajoso "sobrevivente" se houver lá no fim, uma indemnização milionária. Se o Kurt soubesse desta história em 1991, teria dado uma valentes gargalhadas às custas disso.
Num mundo onde toda a gente quer "a bigger piece of the pie" só resta mesmo aos poucos sábios e sábias que restam neste mundo, fazerem como Diógenes de Sinope e andarem nas ruas em pleno dia com uma candeia acesa à procura de homens honestos.
Estou a ficar velho mas tento manter o meu "teen spirit" e por isso, vou agora ouvir o álbum todo assim de enfiada e depois vou...nevermind...
terça-feira, 26 de outubro de 2021
AND THE WINNER IS...
Se isso acontecer, a Malala Yousafzai vai ficar a saber que há coisas ainda mais vergonhosas e dolorosas que uma mulher levar um tiro na cara por teimar em querer aprender a ler e a escrever no Afeganistão.
quarta-feira, 20 de outubro de 2021
SAD...BUT TRUE!
Estou a ficar mesmo velho. É um facto, não só biológico como cultural.
A realidade dos dias não ajuda! Há uns dia atrás, abro a Revista do semanário "Expresso" e vejo uma reportagem que literalmente me atropelou : Metallica festeja os 30 anos do lançamento do "Black Álbum". Trinta anos. três décadas. Para alguns putos com quem eu trabalho, é mais do que a sua inteira vida biológica. Isto faz um homem pensar; pensar no que mudou, no que se perdeu e no que se ganhou, até porque parece-me que foi ainda ontem que eles lançaram o "álbum preto".
Qual Madeleine de Proust ( o gajo um dia morde um bolinho- uma madalena- e o seu sabor, leva Marcel Proust a uma incrível viagem de memórias pelo seu passado, infância, adolescência, etc, que o leva a escrever doze incríveis volumes "Em busca do tempo perdido".Esta reportagem levou-me tembém numa viagem ao passado, aos anos 90, e às tardes do verão de 93/94 que eu passei em casa do meu amigo Sérgio " Xico Metaleiro", que tinha, se a madalena não me engana, os LP's - vinil claro - "Ride The Lightning"; "...And Justice For All" e o magnífico "Master Of Puppets". Lembro-me também de, no quarto dele estar a ouvir e a admirar a incrível capa do álbum "Ride The Lightning" e de reparar no ano de edição - 1984- e pensar para mim, que eles tinham a minha idade na altura que fizeram o álbum ( 18/20 anos).
Escrevo isto porque o " Black Álbum" é o álbum que os chamados "puristas" - uma espécie de "talibãs do heavy metal" adoram odiar. São aqueles fãs, esses energúmenos, que dizem que a banda haveria de ter acabado ali, que "traíram o movimento", apenas porque, com esse álbum, eles alcançaram a fama planetária ( o que traz, claro, muitos seguidores duvidosos, falo daqueles que apenas vão na onda da moda e daquilo "que está a dar). O que os chamados "puristas" do "Trash Metal" esquecem, é que muitos deles ( a maior parte, incluindo eu ) ainda andavam na Rua Sésamo enquanto eles (os Metallica ) viviam, comiam, dormiam em autocarros velhos, de cidade em cidade e de país em país, a darem concertos atrás de concertos, muitas das vezes mal pagos e muitas das vezes roubados. Culparem os Metallica por envelhecerem é para mim, no mínimo, desprezível. Ouvi há tempos um desses merdosos "youtubers" coma a sua barba e convenientes tatuagens, dizerem que os Metallica deviam ter acabado depois do "St. Anger". E dei comigo a pensar, que quem lhes dera a eles, que quando tiveram 60 e mais anos, eles ainda sintam uma "Santa Raiva". Existe uma grande distância entre abrir um canal de youtube com um email e criar uma verdadeira obra que inspirou e deu alegrias a milhões de humanos pelo mundo fora durante décadas.
Claro que tudo isto é culpa dos culpados do costume: a mediocridade dos média, tanto aqui (Switzerland) como em Portugal e no resto do mundo inteiro, as rádios passam Metallica: mas sempre, sempre e sempre, um só tema: " Nothing Else Mathers". É muito triste, pensando na vasta obra criada. A banda teve uma dúvida que passou a ser um presságio assustador do futuro, quando a apresentou pela primeira em público «pensamos que o pessoal iria começar a vomitar». Mas serão eles culpados da mediocridade e pobreza dos 99% ( ou mais ) da população mundial, que não quer ouvir na rádio de manhã e a caminho do trabalho, o tema "Master of Puppets"?
NÃO ENTENDO DJ'S
Um dia, no parque aqui ao pé de minha casa, junto ao lago de Neuchâtel, encontrei um grupo de jovens da universidade, que fica aqui ao lado também, a fazerem um piquenique. Enquanto comiam e conversavam, ouviam aquilo que eu chamo - e já por si só é um sinal de velhice - "as músicas deles", ou seja, "tecno" e nem sei se é "tecno" (outro sinal provável de velhice). Chamou-lhes à atenção a minha t-shirt dos Sepultura "Irise" e começamos a conversar, e eu pedi-lhes que me deixassem ouvir um pouco das "músicas lá deles", para até em conversas futuras ter uma referência ou duas. Mal coloquei os phones nos ouvidos que passados 20 segundos eu já estava a dizer-lhes algo que me soou familiar « Isto não é músicaaaa» assim como dei por mim a dar-lhes sermões « No meu tempo » E isto é de facto um sinal de velhice « No meu tempo cada música tinha um solo furioso de guitarra de 2 minutos, as músicas eram sobre adorar um demónio qualquer, e cada álbum tinha uma balada e pronto!». Não podiam ter sido mais educados, e riram, riram comigo e acho que até entenderam...ou não? Mais tarde deflecti e lembrei-me que era exatamente isso que os mais velhos me diziam quando eu tinha a idade deles. Lembro-me de minha mãe falar das verdadeiras virtudes da obra de António Calvário e da música "Oração" e da vasta obra de Frei Hermano da Câmara e dizer-me que o que eu ouvia «Isto não é músicaaaa!». Envelhecer coloca-nos em posições difíceis. Por outro lado, quando eles ( os jovens ) ouvem "a minha música", eles gostam, porque tem letras e uma mensagem. Eles ouvem "System of a Down" ou "Rage Against the Machine", ou o álbum "Roots" dos Sepultura e gostam e apreciam a mensagem, e eu por outro lado não gosto de gajos que apertam um botão do laptop descarregando uma playlist e passam as duas horas seguintes a abanar o braço coma a mão no ar. Por isto, EU É QUE TENHO A RAZÃO. Isto sim é o último e derradeiro sinal de velhice, mas quero que se foda! há há há...!
A ÚNICA COISA BOA DE ENVELHECER:
É estar-se a cagar. Faço o que quero quando quero sempre que quero, digo o que quero a quem quero como eu quero sempre que quero e as vezes que quero. Porque já não acredito em nada. Perder o filtro e não ter misericórdia por ninguém é um sintoma de envelhecimento e ainda bem.
Todos nós envelhecemos e morremos... e eu estou grato por ter vivido o último do movimentos artísticos da música de confrontação e contestação social, cultural, racial e religioso. Depois do do Blues, o Jazz, depois do Jazz, o Rock n' Roll com os Hippies, depois os Punk's e depois o Heavy metal e depois.... um inverno glaciar de ideias. sad, but true assim com envelhecer.
Metal rules! e parabéns aos Metallica.
quarta-feira, 22 de setembro de 2021
EM CASA DE INFORMÁTICO, LEGO DE PLÁSTICO
Existe agora toda uma escola de pensamento sobre o assunto. Colégios especiais para os filhos dos ultraricos da Silicon Valley, dos gurus da informática, que não querem que os filhos tenham acesso a jogos de computador, internet, redes sociais. Preferem que os seus herdeiros sejam educados em escolas que mais se parecem com as que eu frequentei nos anos 80 e 90 do século passado! Sim, querem que os filhos brinquem, falem uns com os outros e façam uma algazarra infernal na cantina.
PABLO ESCOBAR TAMBÉM NÃO QUERIA QUE OS SEUS FILHOS ANDASSEM METIDOS NA DROGA.
Eles são os donos do "secret sauce", eles sabem que têm um verdadeiro exército de gente especializada em ciências comportamentais, cientistas e especialistas cujo único objetivo é criar produtos para manter o consumidor o mais horas possíveis agarrado ao tablet ou smartphone, jogando, esfregando o ecrã sem fim. VICIADO. Eles sabem disso, afinal, foi assim que criaram as suas absurdas e fabulosas fortunas.
Já classificada como uma adição e doença pela OMS, o vício dos jogos online, redes sociais etc é um dilema já da eterna luta de classes: Os pobres ( têm dúvida que são pobres? Pobre já não significa passar fome ) querem ficar em paz a esfregar o ecrã em busca da vida dos outros, em eternas batalhas de comentários entre tribos de pensamento, jogos e mais jogos, apostas e mais apostas, receitas vegans, vídeos ridículos "virais" que soltam gargalhadas globais que muitas vezes me fazem lembrar os "apanhados" sul-africanos dos anos 80-90 onde imperava o humor racista e xenófobo. Enquanto isso, os filhos deixam-nos em paz porque estão entretidos com o mesmo.
Os ricos apresentam às amas ( muito bem pagas ) contratos que estipulam que elas devem certificar-se que os seus queridos rebentos devem brincar com LEGOS e não com tablets.
A China tomou no mês passado a decisão que se impunha: Proibiu os menores de 18 anos a jogar online... apenas uma horazinha aos fins de semana. Tudo a pedido de pais desesperados que não conseguem a atenção dos filhos, a obediência, a comunicação e nem sequer, claro, o cumprimentos das suas obrigação escolares. E por mais que a propaganda ocidental e furiosamente anticomunista tenha vindo a público "rasgar as vestes" contra este "abuso de poder" e "violação de liberdades", a verdade, é que ela não é em nada diferente da decisão dos papás ultraricos do ocidente, que como sabemos é o campeão mundial e universal da liberdade e dos direitos humanos (cinismo meu, em nível DEFCON 1).
Deixei para lá! Eu não estou a dar lições nenhumas de nada. Eu sou um alcoólico ex-viciado em heroína, diabético (muito), também sonhador, também apaixonado por um Amor perdido de perdição,
que procura mais do que encontra, que chora muito mais do que ri, que busca luzes na noite e forças na fraqueza, que tem mais esqueletos no "armário" que o Dennis Nielson, e que prefere que chova a que faça sol, porque acho que o clima "mau" nivela as coisas, entre quem parece feliz e quem tem a certeza que não é. Apenas quero dizer que estamos a ser enganados por um quartel de drogas, que possui uma força e um poder nunca antes visto. Escondidos atrás da legalidade, dão ópio pseudográtis ao povo. Escravizado e viciado.
E a Democracia? Agoniza, ferida por partidos "made in facebook" onde REINA O ABSURDO.
quarta-feira, 30 de junho de 2021
THE PRISON SONG
Não, não vou falar da excelente música dos System Of a Down (ou se calhar, vou) mas com estas sentenças , estas detenções e julgamentos polémicos que ultimamente inundam os noticiários, tenho andado a lembrar-me dela (da música), e tenho dado comigo a refletir profundamente em crime, castigo e justiça e também ajuda muito ter lido tanto o Dostoevsky.
Estou profundamente convencido que todos os crimes são uma resposta directa ou o sintoma de alguma qualquer doença da sociedade. Todos eles, mesmo aqueles crimes que são cometidos por alguém com problemas psiquiátricos graves, normalmente encontramos na raiz desses problemas, infâncias, adolescências cheias de abusos físicos, verbais, sexuais ou todos ao mesmo tempo acompanhadas por dramáticas experiências. Sempre causadas por uma qualquer disfunção da família, comunidade ou sociedade.
Sentença dada, castigo dado, e toda a gente se afasta volta à sua vida, limpando os lábios de sangue, saciada ou não a sede de justiça. Prisão. Em alguns casos morte depois da prisão.
As causas "da doença" não parecem ser importantes. Se pensarmos bem, somos todos candidatos a um dia acabarmos numa prisão, porque mesmo que milagrosamente consigamos "fintar" essas doenças da sociedade, por vezes somos contagiados pelos portadores dessa doença. Posso dar um exemplo: um conhecido meu, foi há uns anos atrás fiscal da extinta Direção Geral da Economia. No tempo que trabalhei junto dele (menos de uma ano) ele foi umas quatro ou cinco vezes ao tribunal de Aveiro no âmbito do caso "face oculta". Ele não era corrupto, mas o companheiro fiscal que andava com ele todos os dias recebia grandes quantias de dinheiro do sucateiro. Não faltou muito para ser um dos arguidos e acabar na prisão.
O que leva alguém a querer tanto dinheiro? O que leva um ex-primeiro ministro a fantasiar com luxos? Qualquer um adoraria viver numa casa no 16em arrondissement de Paris e estudar na Sorbonne? Ou o que leva alguém que já é rico, pegar em dinheiro num banco público, que um dia terá de ser reposto por gente pobre, para poder controlar uma banco privado e ser ainda mais rico? Assim como as pessoas que estavam à frente desse banco público e fizeram vista grossa às garantias de pagamento dessa dívida, apenas para poderem mais tarde se sentarem nos conselhos de administração do outro banco, com ordenados simplesmente absurdos?
Não será porque vivemos numa sociedade consumista, que valoriza mais a ostentação que as virtudes? Isso é uma doença grave da sociedade.
Quando um homem mata alguém só porque não gosta da raça da vítima, não será uma doença da sociedade? Tão frequentemente passada de geração em geração por família, amigos.
Quando um homem mata uma mulher por ciúmes, ou porque sente que pode e deve, que tem de ser ele o macho alfa da relação, aquele pode e deve trair, mas não pode ser traído, não será uma doença da nossa sociedade? Aquela que nos dada desde pequenos, e que nos diz é o homem "é o chefe de família", aquele que veste as calças, aquele que não faz as compras da mercearia mas que toma as grandes decisões? Não admite que a mulher trabalhe (era o que faltava ela não precisar de pedir dinheiro). Alguns deste exemplos estão talvez um pouco gastos, mas ainda estão bem presentes.
Eu cá pensei em todos os crimes possíveis e encontrei sempre uma doença de todos. E sinceramente não entendo como é que a prisão resolve. Colocar os doentes em quarentenas de meses, anos ou décadas, nada ou quase nada faz para curar essas doenças. Os EUA, o maior presídio do mundo, são um claro exemplo disso.
Isto já vai longo e uma outra doença da sociedade é aquela que não gosta de ler textos longos. Fiquem lá com a músicazinha que eu tenho andado a cantar. AI BAI MAI CRAKE MAI SMAKE MAI BITECHE RAITE IR IN OLIOUDEEEEE!!!!
quarta-feira, 16 de junho de 2021
PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Sofro, desde a epigénese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
quarta-feira, 9 de junho de 2021
O RUÍDO DE MINAS GERAIS
O CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO EXPLICADO:
Speaks to the world
Sucking your trust
A trap in every word
War for territory
Behind propaganda
Poor information
To manage your anger
War for territory
Blasting off your life
Rule to kill the urge
Dumb assholes' speech
Teaching my son
To believe in that man
Racist human being
Racist ground will live
Shame and regret
Of the pride
You've once possessed
War for territory
quarta-feira, 5 de maio de 2021
THE PERSUIT OF UNHAPPINESS
É mais uma história que não interessou a ninguém.
É só a história de um grupo de pobres do Magrebe que deram à costa algarvia e foram presos. Vinham de Marrocos, que nós só conhecemos dos resorts de luxo, belas praias e taxas de câmbio vantajosas. Vinham de Marrocos, que é uma monarquia e uma ditadura, mas que os nossos democráticos governantes, verdadeiros estandartes da democracia e da liberdade, beijam, abraçam e estimam numa sincera amizade diplomática, democrática e fraternal. Que havemos de dizer? Há negócios pelo meio, contratos assinados....há dinheiro fácil.
Vinham de Marrocos e foram presos. Pediram asilo humanitário mas foi-lhes negado. Porquê? Porque não se provou que eles eram perseguidos politicamente no seu país nem fugiram de uma guerra.
Estranhos homens e mulheres que proferem uma sentença assim. Porque a verdade, é que são perseguidos, sim: Perseguidos pela fome, pela pobreza, pela miséria da precariedade. Vivem numa guerra desde o dia em que nasceram. Uma guerra sem fim à vista. E decidem fugir. Arriscando as suas parcas economias e a vida, tentam descobrir um cantinho da rica Europa onde possam trabalhar, viver em paz, ganhar algum dinheiro e melhorar a sua condição de Homens e Mulheres e talvez também das suas famílias que ficaram lá na guerra.
Ficaram num pequeno campo de concentração. quarto-cantina-cantina-quarto sob o olhar de guardas e seguranças. Dias fizeram semanas. Semanas fizeram meses. Quando saiu a ordem de deportação, já no micro-campo de concentração do aeroporto ( por vezes sala de tortura e morte ) do SEF, dizem-lhes que vão ficar mais 30 dias reclusos ( coisas pandémicas ). E eles fizeram o que estava certo : revoltaram-se. Partiram coisas e deram prejuízo ao Estado, ao povo português, que como se sabe não perdoa danos nem desperdícios de dinheiro nem aos seus pobres quanto mais a pobres estrangeiros!
Alguns foram condenados a mais de 1 ano de prisão.
Moral da história?
Sei lá...quem é que vai pensar nisto? Eu disse no início que isto era uma história em que toda a gente cagou.
Será que vamos salvar o verão? Olha o nosso turismo e a nossa restauração que precisa tanto dos ricos estrangeiros, que dos pobres, esses, bem que se podem ir foder.
sexta-feira, 16 de abril de 2021
How The Mighty Fall...
Expresso
quarta-feira, 14 de abril de 2021
AND JUSTICE FOR ALL....
Não. Não vou falar do excelente album dos Metallica. Vou falar de justiça. Justiça para todos. Martin Luther King não poderia tê-lo dito melhor : "injustice anywhere is a threat to justice everywhere". E outro homem ( já não sei quem ) disse que quando uma sociedade começa a distorcer o significado das palavras, é quando essa mesma sociedade começa a legalizar as atrocidades.
A "justiça" esta semana, decidiu que não vai acusar os três inspectores do SEF de homicídio, mas sim de ofensa à integridade física agravada. Ofensa à integridade física agravada até à morte, para mim, é homicídio. Mas não para os juízes, essas aberrações a quem dão o poder, tratamento, deferência, salário e privilégios digno de deuses.
George Floyd foi torturado durante 9 minutos, Ihor foi torturado durante 15 horas.
Dá-me vontade de cantar com raiva:
«Justice is lost, justice is raped, justice is gone / Pulling your strings, justice is done / Seeking no truth, winning is all / Find it so grim, so true, so real»
Afinal, acabei mesmo por falar nos Metallica.
sexta-feira, 9 de abril de 2021
THE VON DER LEYEN BLUES...
OU DIA EM QUE A UE SE SENTOU NO SOFÁ QUE ELA MESMO FEZ.
O tempo foi passando e entretanto chegou o sr Erdogan à Turquia, que desde os tempos da sua fundação pelo corajoso Atatürk, era uma república democrática e secular com a separação do Estado com o poder judicial e onde a religião não riscava nada.
Agora, à boa moda mundial, as bestas estão de regresso on a big big style e de Portugal à Polónia, se os partidos fascistas não estão no poder já, estão a crescer e a Turquia não é exeção. Hoje, submissa a justiça ao poder do presidente e com a religião de novo no comando, a turquia é governada por um ditador à nova moda no nosso sex XXI.
Com mesma hipócrisia, agora, a Europa inteira rasga as vestes chocada com o tratamento sexista e misógino com que a presidente da comissão europeia Ursula Von der Leyen foi tratada pelo porco presidente turco Erdogan ( talvez um dia ayatollah Erdogan ).
Eu, que nestes anos todos vem assistido a esta triste história, vejo agora os hipócritas cantarem tristemente, como se estivessem nos campos de algodão da Virgínia do sul, o Von der Leyen blues....
quinta-feira, 29 de outubro de 2020
Pequenas crónicas de um mundo que não vale a pena II
TOTALITARISMOS
"Regimes totalitários". O termo surgiu na década de 30 para designar os Estados fascistas, comunistas e nacional-socialistas (nazi) que cresciam como cogumelos pela Europa e pelo resto do mundo.
Com a mesma desculpa, hoje, se multam pessoas por andarem na rua sem um motivo especial. Se impoe o "recolher obrigatório", a proibição de reunião, cidades sitiadas pela polícia e exército. Com a mesma desculpa se suspendem os direitos constitucionais e se governa por "dictat".
E os cidadãos aceitam que este Grande Irmão, faz o que faz para nos proteger, para o nosso bem.
sexta-feira, 18 de setembro de 2020
Pequenas crónicas de um mundo que não vale a pena 1
Ao menos nos EUA matam um negro em seis minutos por causa de um cheque sem "cobertura" ( antes, enforcavam-nos por roubar uma melancia em menos tempo ainda ). Em Portugal torturou-se um ucrâniano durante 15 horas...Por ser ucrâniano. Bateram-lhe tanto que a principal testemunha ouviu um dos agentes do SEF dizer "esta semana nem preciso ir ao ginásio".
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020
THIS IS RAVENS TOWN
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020
MR. RIGHT
quinta-feira, 26 de dezembro de 2019
O MEU PRESENTE DE NATAL PARA VOCÊS
Feliz festival de inverno...
segunda-feira, 11 de novembro de 2019
segunda-feira, 26 de agosto de 2019
EM BOA VERDADE VOS DIGO
terça-feira, 2 de abril de 2019
HERKUNFTDETEKTIVE
segunda-feira, 1 de abril de 2019
PAPA DON'T PREACH
quinta-feira, 21 de março de 2019
CARA-PÁLIDA
segunda-feira, 18 de março de 2019
ATÉ AQUI CHEGÁMOS (PARTE I)
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
KEEP CALM (AND FUCK YOU)
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
Blackboard Jungle
É uma forma "clean" de deixar a "janela aberta", de poder continuar a pressionar no futuro. Se deixarmos de ser amigos cortam-se de vez os encontros, as conversas etc.
E o que é que vamos dizer? Ser um parvalhão insensível e dizer que não? Só nos resta responder com um lacónico "sim..."
Quando começamos o processo de "desfacebookar" a primeira coisa que o FB faz é perguntar-te se tens a certeza que é mesmo acabar com ele que queres, perguntando-te:
Motivo
da saída
(obrigatório)
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quinta-feira, 22 de novembro de 2018
OH THE HUMANITY
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Facebook killed the blogger star
No meio de tanto "spam" ainda andei a ler os emails, na esperança vã de encontrar um mail de uma editora a propor-me a publicação do Serial Blogger em livro. E depois um filme, com o Brad Pitt no papel de Sam, por ser o actor mais parecido comigo. Mas nada.
Tudo isto para dizer que a minha resolução para 2016 é : vou voltar a escrever no blog... Vamos lá ver se esta não vai direitinha para o mesmo lugar que os já clássicos "fazer dieta", "ir ao ginásio" e "deixar de fumar".
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
The Sinister Urge
Os regressos de férias são sempre demasiado dolorosos, sobretudo porque por um lado detesto o que faço, como também detesto trabalhar em seja no que for.
O pior de vir de férias nem é o calor insuportável que ainda se fez sentir esta semana, nem sequer o acordar cedo. Uma das piores coisas de vir de férias é a primeira pergunta que invariavelmente é feita pelos parvalhões dos colegas. E qual é então essa pergunta? "Então e essas férias?" Em primeiro lugar quero aqui deixar bem claro, que isso nem chega bem a ser uma pergunta, logo nem merece resposta. Mas eles também não querem ouvir resposta. Ainda assim o protocolo manda que se responda "Curtas! São sempre curtas!" ( sorriso amarelo q.b )
Eu gosto de variar e repondo sempre: "Não foram nada de especial, mas pelo menos foram dias em que não vos vi."
Seria de esperar que isso causasse incómodo, mas não. Porque eles nem ouvem a resposta ou acham que eu estou a brincar. Como todo o bom trabalhador regressado de férias saberá, a primeira pergunta foi só a preparação para a conversa parva que se segue:
"Baterias carregadas? hã? Espero que tenhas descansado muito para o trabalho que se segue!!!
É óbvio que no primeiro dia estamos tão cansados (ou mais) como no dia em que fomos de férias. Ou então é o estado de latência em que o nosso cérebro se encontra. O choque do regresso costuma ter esse efeito.
O protocolo manda que se responda "ahahah" (risada pouco convicta ou sorriso amarelo q.b.)
Escusado será dizer que o primeiro "desafio" é tentar não fazer nada durante a primeira semana, saltitando de ronha-em-ronha e de desculpa -em-desculpa. O segundo desafio consiste em ir ver ao calendário e ver qual será o próximo período de férias e começar a contar os dias até lá.