quinta-feira, 21 de março de 2019

CARA-PÁLIDA

Todos os anos, invariavelmente, mal surgem os primeiros raiozinhos de sol acompanhados por uma temperatura mais amena, tenho de ter a mesma conversa. "Tens de ir à praia Sam, estás muito branco"
Não, não tenho. Porque:
1:na praia está calor do caraças e eu detesto calor.
2: na praia estão muitas pessoas e eu não gosto de pessoas (poucas ou muitas). 
3: Já investi demais nesta palidez cadavérica para agora desistir dela.

Acreditar nos sonhos é o meu lema*






(*) nem por isso que acredito nisso.

segunda-feira, 18 de março de 2019

ATÉ AQUI CHEGÁMOS (PARTE I)

Karl Marx tinha razão:
Chegámos a um ponto em que o capitalismo luta pela sua própria sobrevivência. E o desespero está bem à vista. Muitas empresas cotadas em bolsa já usam de artifícios e manobras financeiras para remunerarem os seus accionistas, como a McDonald's (entre muitas, muitas outras) que comprou do seu próprio bolso milhões das suas próprias acções para inflacionar o seu valor e assim distribuir dividendos a accionistas prontos para saltar fora.

A ERA GLACIAR DOS SALÁRIOS
O ponteiro dos salários não se mexe há 20 anos! Como Karl Marx previu, o capitalismo chegaria a um ponto em que pagaria tão pouco aos trabalhadores, que o poder de compra destes causaria um ciclo vicioso de cortes em mão-de-obra e fuga de empregos. Resultado? Os trabalhadores não têm dinheiro para comprar o que o capitalismo produz! 
Está aos olhos de todos que o capitalismo hoje está completamente perdido e se desfaz em promoções, descontos, ofertas, saldos e saldos e mais saldos, tantos, que já ninguém sabe dizer qual é exactamente a época de saldos do ano. Tudo para impulsionar o consumo cortando por outro lado nos custos de produção (leia-se, mão-de-obra). E mesmo assim, mal conseguem...

O saldo no fim de tudo isto é claro : O desnorte de uma população que não tem emprego, os que têm um emprego, este é temporário, mal remunerado e sofrendo todo o tipo de violações dos direitos laborais mais básicos (porque o patronato sabe que não vão ripostar por falta de empregos no mercado) e pior: Muitos destes, são capazes de entregar o seu companheiro de trabalho ao Caifás ( ou capataz?) por trinta moedas de prata, só para salvar o seu emprego.
A oportunidade de movimentos populistas de extrema-direita que crescem que nem cogumelos, prometendo uma revanche contra a globalização em nome do little man.
E no terceiro mundo? A quase escravidão! Como o algodão das nossas roupas, que vem em grande parte do Uzbequistão onde o governo de oligarcas e criminosos obrigam a população em gigantescas "requisições civis" (incluindo crianças e velhos) a apanhar o algodão gratuitamente. 
E a UE assina acordos comerciais com eles, sempre com o dedinho hipócrita a apontar as violações de direitos humanos e com o Uzbequistão a dizer que está a combater esses crimes...mas que se não lhes comprarem o algodão é pior, porque a população vai ficar ainda mais pobre e blá-blá-blá.

ATÉ AQUI CHEGÁMOS!