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quarta-feira, 9 de junho de 2021

O RUÍDO DE MINAS GERAIS

 O CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO EXPLICADO:


WAR FOR TERRITORY

Unknown man
Speaks to the world
Sucking your trust
A trap in every word
War for territory
War for territory
Choice control
Behind propaganda
Poor information
To manage your anger
War for territory
War for territory
Dictators' speech
Blasting off your life
Rule to kill the urge
Dumb assholes' speech
Years of fighting
Teaching my son
To believe in that man
Racist human being
Racist ground will live
Shame and regret
Of the pride
You've once possessed
War for territory
War for territory

terça-feira, 24 de março de 2009

NO CALOR DA NOITE- BROA DE MEL


Pelo eminente romancista e crítico literário, Sam, vencedor das 36 edições dos Prémios SAM de Literatura, do Instituto SAM de literatura.

Análise literária:
A letra da canção dos Broa de Mel:

"No calor da noite"
TU ESTENDE AS TUAS MÃOS
DEIXA O TEU PERFUME
BRISA DO MAR DE ILUSÃO
MEU FOGO TÃO QUENTE
MEU MASTRO SEM FIM
NO CALOR DA NOITE (REFRÃO)
TERÁS UM BRILHO NO OLHAR
UM OCULTO ARCO-ÍRIS
OU UM DESERTO DE LUAR
UM CHEIRO DE ALECRIM, AMOR
TU DEIXA O TEU OLHAR EM MIM
POISA DE REPENTE
MEU FOGO TÃO QUENTE
ROUPA AO ABANDONO
MEMÓRIA DE CHUVA
TU ESTENDE AS TUAS MÃOS
BRISA DO MAR DE ILUSÃO
MEU FOGO TÃO QUENTE
MEU ASTRO SEM FIM
NO CALOR DA NOITE (REFRÃO)

No calor da noite
O título da obra é simultaneamente de uma frontalidade tremenda, esmagadora e de uma originalidade arrepiante. Com esta escolha o autor mostra toda a sua vocação para as abordagens chocantes e polémicas de temas universais e parece-nos indicar directamente que não só nos vai abrir as portas para um universo de luxúria, como toda a história se passa nos trópicos.

TU ESTENDE AS TUAS MÃOS
(A utilização da segunda pessoa do singular leva-nos a crer que estamos seguramente perante um texto auto-biográfico. Magnífica caracterização de uma das personagens, da qual ficamos a saber que não se trata de um fóssil de ameijoa nem que está a utilizar as mãos de outra pessoa.O autor está sem dúvida vocacionada para a acção, com a utilização demolidora do verbo ‘estender’, embora encubra de um modo muito inteligente, a forma de como essa acção foi desenrolada. Desconhecemos, propositadamente, se as mãos estavam fechadas, abertas ou a fazer piretes.)

DEIXA O TEU PERFUME
(O autor não é passivo. Tem vontade própria e muito provávelmente um cheiro nauseabundo, que até ao próprio incomóda. Subentendemos igualmente que o autor está sem cheta para comprar perfume ou mesmo um desodorisante que seja.Pelo espírito ambientalista que emana da obra de Broa de Mel, acreditamos tratar-se de uma essência natural, que pode ser rabanete ou enxofre.)

BRISA DO MAR DE ILUSÃO
(Aqui está a marca do perfume que o autor deseja, de aromas naturais como prevíamos, numa espectacular e subtil jogada de marketing, mas também numa arrojada exposição dos seus gostos pessoais. O perfume ‘Brisa do Mar’ de Horácio Ilusão, conhecido estilista da terra dos Broa de Mel, é uma fragrância suave e inspiradora, sensual e audaz, o que nos indica a disposição do autor.)

MEU FOGO TÃO QUENTE
(Numa exemplar utilização dos recursos linguísticos, o autor dá-nos a entender a sua obssessão pelo fogo, revelando-nos que ateou qualquer coisa que estava ali ao pé. É a invocação de um momento real da vida do autor em que incendiou uma azinheira uma mata nacional quando estava a assar uma chouriça no campo. A imersão na intimidade mais complexa e incoberta do autor é arrepiante e surpreendente.)

MEU MASTRO SEM FIM
(Não residem dúvidas do forte cariz sexual da frase, nem tão pouco do profundo narcisismo do autor, que revela ser de raça negra ou então com falta de vista. O fogo desperta todo um instinto sexual recalcado e provavelmente desconhecido, que tem uma reprecursão física no autor.)

NO CALOR DA NOITE (REFRÃO)
(O autor, que até agora tinha sido bastante directo e frontal, deixa-nos em suspense em relação ao que está a acontecer. Esta frase apenas nos dá uma localização temporal mas deixa os leitores curiosos. Chegando ao refrão é momento de recapitular: Sabemos que o autor, que cheirava mal, está com um valente tesão ao pé de um incêndio que o próprio provocou enquanto assava uma chouriça. Perto de si está algo com mãos – uma pessoa com quem o autor revelava mais intimidade? - e que tinha um frasquinho de perfume do estilista Horácio Ilusão.)

TERÁS UM BRILHO NO OLHAR
(O autor dirige-se provávelmente á outra personagem enumerando-lhe as vantagens de olhar para o fogo sem óculos de sol, já fascinado com a ocurrência.)

UM OCULTO ARCO-ÍRIS
(Extraordinária frase do autor que em apenas três palavras nos dá várias idéias fundamentais: i) Recorda-nos que estamos de noite, porque á noite não se vê o arco-íris; ii) O tempo não está muito bom, pois o arco-íris é uma ilusão óptica que existe apenas se houver sol e chuva.)

OU UM DESERTO DE LUAR
(Metáfora brilhante onde o autor esplana toda a sua gama de recursos poéticos para exprimir que a outra personagem não consegue ver nada ofuscada pelo esplendor do incêndio.)

UM CHEIRO DE ALECRIM, AMOR
(A outra personagem aturdida pelo cheiro do ‘Brisa do Mar’, de Horácio Ilusão, não reconhece o aroma do alecrim, pelo que o autor deve explicar-lhe. Podemos pensar que o autor, pela palavra amor, tem algum tipo de sentimento mais profundo pela outra personagem, o que não é necessáriamente verdade. A palavra ‘amor’ é usado apenas por uma questão semântica, pois o autor tería preferido utilizar o termo ‘miga’. A mestria na arte de iludir o leitor.)

TU DEIXA O TEU OLHAR EM MIM
(A outra pessoa acabou por ficar ceguinha.)

POISA DE REPENTE
(O incêndio, por alguma razão começa a diminuir de intensidade e a apagar-se, o que surpreende o próprio autor. É transmitido ao leitor uma sensação de desilusão.)

MEU FOGO TÃO QUENTE
(O recurso a um verso anterior para exprimir sensações distintas é verdadeiramente genial. Enquanto que o primeiro emanava vigor, este verso é já uma recordação que demonstra saudosismo e pena, pois o incêndio está a apagar-se.)

ROUPA AO ABANDONO
(Com o calor o autor ficou todo nu e atirou a roupa para qualquer lado. Á noite e ás escuras é difícil vestir-se.)

MEMÓRIA DE CHUVA
(A chuva acabou, mas o incêndio que chegou a queimar o alecrim está agora apagado. Como está tudo molhado já não é possível reviver os sentimentos anteriores, ateando novamente o fogo, o desejo secreto do autor. Ainda por cima, está agora tudo ás escuras e provavelmente não vai conseguir encontrar o caminho de casa.)

TU ESTENDE AS TUAS MÃOS
(A mesma frase do início do poema, com um significado distinto. A outra pessoa agora precisa da ajuda do autor para a guiar porque ficou ceguinha. Agora estará inequívocamente a fazer-lhe piretes.)

BRISA DO MAR DE ILUSÃO
(Nova referência ao perfume de Ilusão porque exigências contratuais, acreditamos nós.)

MEU FOGO TÃO QUENTE
(Tristeza e frustração do autor. Poderá repetir a experiência para saciar o seu ímpulso mais animal. É esse o seu desejo íntimo. A tristeza do autor é acompanhada pela perda de intensidade narrativa.)

MEU ASTRO SEM FIM
(O saudosismo do autor que compara o incêndio a um sol enorme. A sua dôr é agonizante. Reconhece ter tido necessidade de utilizar protector factor 87.)

NO CALOR DA NOITE (REFRÃO)
(Num final lamorioso mas apoteótico. Não sabemos o que aconteceu á chouriça.)

PROXIMA ANÁLISE LITERÁRIA DO EMINENTE PROF DR. SAM:

"PASSEAR CONTIGO."