quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Pequenas crónicas de um mundo que não vale a pena II

 TOTALITARISMOS

"Regimes totalitários". O termo surgiu na década de 30 para designar os Estados fascistas, comunistas e nacional-socialistas (nazi) que cresciam como cogumelos pela Europa e pelo resto do mundo.

Mas há algo que ninguém pode ignorar: Sem uma única exepção, desde a madrugada da história da humanidade aos dias de hoje, nunca houve um ditador, rei ou imperador "totalitário" sem a convicção profunda que agia "para o bem da nação"; Franco, Salazar, Stalin, Hitler, Mussolini, Pinochet etc, etc, etc. Todos rasgaram constituições, destruíram oposições, direitos humanos e muito mais porque pensavam que agiam para o bem de todos.

Com a mesma desculpa, hoje, se multam pessoas por andarem na rua sem um motivo especial. Se impoe o "recolher obrigatório", a proibição de reunião, cidades sitiadas pela polícia e exército. Com a mesma desculpa se suspendem os direitos constitucionais e se governa por "dictat".

E os cidadãos aceitam que este Grande Irmão, faz o que faz para nos proteger, para o nosso bem.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Pequenas crónicas de um mundo que não vale a pena 1

 Ao menos nos EUA matam um negro em seis minutos por causa de um cheque sem "cobertura" ( antes, enforcavam-nos por roubar uma melancia em menos tempo ainda ). Em Portugal torturou-se um ucrâniano durante 15 horas...Por ser ucrâniano. Bateram-lhe tanto que a principal testemunha ouviu um dos agentes do SEF dizer "esta semana nem preciso ir ao ginásio".

Mas George Floyd teve direito a uma hashtag. Já o Igor não. Na era do absurdo em que vivemos, se não houver hashtag não há indignação. Apenas o silêncio das máscaras que caem enquanto são postas ao mesmo tempo que se lava compulsivamente as mãos com gel hidroalcoólico qual Pôncio Pilatos germofóbico que faz justiça por "gostos"...tudo monotorizado por um bando de anormais em S. Francisco, confortavelmente sentados em puffs, nos seus openspaces e agarrados aos seus laptops Apple (feitos por uma adolescente chinêsa que se atirou do 3º andar do dormitório da fábrica), enquanto comem uma fruta pretenciosa tipo, physalis.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

THIS IS RAVENS TOWN


Eu vivo numa parte de Neuchâtel (Suíça) que se chama "Le Nid-du-Crô" - o ninho do corvo em franciú- porque há muitos corvos. Os corvos são animais interessantes. Soturnos, solitários. Por isso é que fazem sempre papel de maus e/ou colaboradores de personagens malévolas como a bruxa da branca de neve da Disney de 1937.



Mas os corvos que eu conheço no mundo real não são assim. Não têm a voz de artístas e só sabem fazer barulho e cagar.
O maior perigo voador em Neuchâtel são mesmo as gaivotas e os corvos. Isso sim, produz uma cagada corrosiva e potente. Deve ser porque os corvos comem de tudo como ratos, insectos e assim.

Aqui o corvo é rei. A especialidade do corvo é cagar nos parapeitos das minhas janelas da varanda. Mas também cagam em cima do meu carro.
Esta semana, armado em dono de casa, lá fui pôr a roupita lavada a estender na corda. É uma das coisas que mais aprecio nesta minha faceta de dono de casa.
Na verdade eu não sou propriamente " o dono" da minha casa. Digamos que a tenho em sociedade com a agência imobiliária, mais ou menos na proporção de 1 para 99 (os 99 são deles).

Claro que os amigos corvos tinham que fazer a sua bela cagada verde e branca em cima das minhas t-shirts dos Sex pistols e dos Metallica ( e logo a minha preferida, do album Masters of Puppets) que estavam a secar. Nesse mesmo dia estacionei o carro debaixo de uma grande árvore. Nunca deixar o carro debaixo de árvores ou postes de iluminação. Parece que são os sítio preferidos dos corvos para cagar.

Eu só me pergunto é como é que os meus vizinhos conseguem ter a brilhante ideia de alimentar os corvos. Qual será a razão demente que os faz alimentar aquelas criaturas do demo?! Eu ainda pensei que fosse veneno. Mas não. É mesmo comida.

Mas será que os corvos não cagam a roupa e os carros desses vizinhos?
Eu Imagino que haja uma espécie de máfia dos corvos. Protecção de bairro.
Chega um capanga corvo e ameaça "Se quiseres protecção para o teu carro, tens que pagar". "Protecção? Eu não preciso de protecção. Mas protecção para quê?" replica o vizinho inocentemente. "Sabes meu, é que Shit happens". E nisto um corvo cumplice desata a cagar em cima da roupa e do carro perante o olhar aterrado do vizinho.
E o pobre vizinho não tem outra hipótese senão alimentar os malvados corvos mafiosos. 
Só pode ser isso.

Eu vi isto acontecer nos "The Sopranos", "Goodfellas", "Casino", "The Godfather" e noutras séries na TV. Não era com corvos, mas era com mafias italianas e coisas assim do género. Mas é muito mais provável que isto aconteça com corvos do que com italianos. É que a merda do corvo é muito mais potente que o merda de um italiano que só come coisas boas como lasanha e calzones.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

MR. RIGHT


Ter colegas estrangeiros tem destas coisas. Passei por um grupo em alegre conversa da qual apanhei as palavras "very nice bitch", provavelmente aquilo que na Suiça alemã é considerado um elogio.



Poderiam até alegar que ele teria dito "very nice beach", mas cada um ouve o que quer, e a minha versão é bem mais interessante.