quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

We Gotta Get Out of This Place

Sofro do tão falado stress pós-traumático - não consultei nenhum especialista na matéria mas acho que já vi episódios suficientes do Dr. House para conseguir fazer diagnósticos competentes. (A propósito, já alguém reparou que para acompanhar o risco do eyeliner da Olivia Wilde é preciso, literalmente, deslocar a cabeça de um lado para o outro como se estivéssemos na primeira fila do cinema a tentar ler as legendas? Não estou a dizer que ela exagera na pintura, mas aposto que gasta um lápis por olho de cada vez.) Mas onde é que eu ia?... Ah, stress pós-traumático.
Não combati no ultramar nem estive envolvido em nenhum acidente particularmente horrível, mas ontem, e amaldiçoo a hora em que me lembrei de tal coisa, deu-me para investigar o que era isso do chatroulette. Se não sabem do que se trata, o Sam explica-vos: é um site a que as pessoas se podem ligar e onde são aleatoriamente emparelhadas com outro utilizador com o qual podem conversar, mas com uma particularidade: todos têm webcam, permitindo-vos acenar, fazer caretas ou mostrar o interior da vossa casa a perfeitos estranhos enquanto eles vos falam do tempo que faz em Vladivostok, Moscovo, Pittsburgh ou Santiago do Chile. Se a conversa não vos interessar podem clicar num botão que, qual roleta, vos selecciona outro parceiro ao calhas, recomeçando toda a experiência.
"Bom, isso parece-me, na pior das hipóteses, aborrecido, mas nada de traumatizante", dizem vocês. Pois, mas lembram-se quando eu disse que toda a gente tem webcam? E onde há câmeras há o quê?... Exacto, pilas! Muitas pilas. Pilas atrás de pilas. Como eu descobri da pior maneira, há todo um mundo de indivíduos ansiosos por partilhar connosco as suas masturbações furiosas, quer nós queiramos quer não. Na verdade, ao entrarem no chatroulette a probabilidade de vos aparecer uma pila no ecrã é maior que... que... que a pila do John Holmes. (E, como efeito secundário, ficam incapazes de fazer analogias não relacionadas com pilas.)
Mas nem só de homens nus se faz o chatroulette. Também apanhei pelo caminho um par de seios fartos e aquilo que me pareceu ser uma ginasta poláca tentando fazer a esparregata mas sem roupa. Ironicamente ambas as ligações não duraram mais de uns meros segundos precisamente por eu não ter a pila de fora.
No entanto o rácio de masturbadores furiosos em relação a mulheres exibicionistas é avassaladoramente desequilibrado, o que quer dizer que ao optar por esta forma de passar o serão - ou o dia de trabalho - a probabilidade de um tipo com a pila na mão ficar subitamente a olhar para outro tipo com a pila na mão é elevadíssima. E depois? Como é que se sai desta situação? É sequer possível a um homem, em tempo algum, voltar a ter uma erecção depois de perceber que durante meio segundo se masturbou a olhar, ainda que inadvertidamente, para outro homem nu? Não sei, mas também não faço tenções de descobrir.
Ficam avisados, agora façam como entenderem. Mas eu cá não volto lá enquanto a minha firewall não filtrar pilas. Também vou organizar almoços convívios de veteranos traumatizados da internet, onde, com a voz embargada de emoção, brindaremos em memória às erecções perdidas :
-ÀS QUE LÁ FICARAM !!

Sem comentários: