sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Is This love that im Feeling ?

Com a proximidade do casamento, Sandra começou a sentir a desagradável presença de um fantasma que só costuma assombrar a vida dos homens a partir do 50... Ela temia que a sua libido, pobre e reprimida, a deixasse ficar mal, justamente na noite de núpcias. Tinha medo de ficar sem vontade e, por conseguinte, amaldiçoar o seu futuro conjugal. Foram oito anos de espera, oito anos de namoro, tempo esse que Roberto precisou de fazer esforços mais do que heróicos para não se entregar às tentações mundanas, atendo-se somente ao que estava no alcance de suas próprias mãos. Foi assim que ela quis, com a desculpa obvia, que desejava casar virgem. Ele, apaixonado, anuiu. Como não era mulher de se deixar abater por desafios, a futura noiva ligou para Vânia, a sua melhor amiga e muito interessada no oculto, mágia negra e fã incondicional de histórias de vampiros, possuindo toda a colecção de DVD's da serie  "Buffy, caçadora de vampiros" . Um pouco embaraçada, revelou a sua angústia e pediu uma solução rápida, prática e simples, que não precisasse de mundos ou fundos para resultar. Sandra queria ser a mulher mais sensual em que Roberto já pusera os olhos. Queria fazer daquela, a primeira das infindáveis noites de prazer que teriam juntos, para o resto de suas vidas.
Na véspera do casamento, seguindo as instruções rascunhadas numa caixa engordurada de comida chinesa, Sandra preparou a poção afrodisíaca. Segundo a sua amiga, o sumo de uma beterraba madura deveria ser misturado a duas cabeças de alho, com  açúcar amarelo e noz moscada, deixar a poção dormir sob a serena  luz da lua, dentro de um frasco branco de porcelana. «Podia ser pior, penso Sandra, por momentos pensei que ia mandar-me enterrar uma ninhada de filhotes de ratos albinos e assim...».
Chegado o grande dia, a noiva acordou antes dos galos e recolheu o caldo mágico, que foi reservado então numa pequena garrafa de Martini, escondida no fundo de sua mala. Depois de almoçar pela última vez como solteira, Sandra seguiu para o hotel, onde teria uma tarde inteira de relaxamento, banhos de lama, SPA completo e toda a produção que requer um evento como aquele. Ao cair da noite, estava deslumbrante, com um brilho no olhar que chegava a cintilar mais que as estrelas.
A cerimónia correu como o esperado, e a festa foi um desbunde. Todos se fartaram de beber e dançar, e o casal sorria como se não houvesse fome na África e nem gente aleijada pelo mundo ( essa foi baixa eu sei, mas eu só sou o autor do texto, quem inventou foi o narrador, que tem a mania ). No fim da festa, fugiram pelo jardim, rumo a tão sonhada lua de mel. Como o vôo só  partia ao amanhecer, seguiram para uma luxuosa suit do hotel. Sandra, já ansiosa com o que estava por vir, aproveitou uma distração do marido para beber o sumo do amor.
Estavam, enfim, a sós. Pela primeira vez, depois de tantos anos, entregaram-se ao prazer das próprias carnes, qual rodízio. Beijaram-se, despiram-se e quase perderam os sentidos de tanta aflição. Sandra começou a sentir crescer uma sensação estranha e inusitada dentro de si, e ainda não era a virilidade de Roberto. Um fogo ardia entre suas pernas. Estava a sentir-se, pela primeira vez, como uma femea no cio. Tamanho era seu o tesão, não sabia se aquilo era um orgasmo, ou combustão espontanea. Explodiam bombas dentro de seu corpo, ininterruptamente.
Amedrontada, Sandra correu para a casa de banho, onde não conseguia parar de urinar. Talvez, se tivesse seguido rigorosamente as instruções de beber somente um gole daquele licor, não estaria a sofrer com aqueles fortíssimos espasmos vaginais. Sem saber o que fazer, pediu para que o marido a deixasse só, pois não queria que este, assitisse ao seu sofrimento. Como ela não conseguia descolar o traseiro da sanita e urrava de dor, Roberto reagiu por instinto. Com um balde cheio de gelo, tentou refrescar sua esposa, mas a cena que se seguiu foi no mínimo grotesca.
Como uma boneca de cera, Sandra começou a dissolver-se na frente do marido. Seus olhos saltaram das órbitas, enquanto a pele escorria para o chão, totalmente liquefeita. A sua agonia era tanta, que aos poucos ela foi perdendo os sentidos, esvaindo-se para dentro do fundo da sanita. Em poucos segundos, os seus gritos agudos e estridentes deixaram de se ouvir. - ao mesmo tempo, o vizinho do quarto ao lado batia palmas pensando para si « hááá leão, granda berlaitada ». Entretanto Roberto estava atónito com aquele horror. Já não restava mais nada de Sandra, a não ser uma gosma verde pulsante, viscosa e disforme no fundo da sanita. O viúvo, ainda em choque, puxou a descarga. Dirigiu-se ao mini bar, sacou de uma lata de cerveja, abrui-a e, acto contínuo, saltou para cima da cama cruzando as pernas e ligou a tv. Nunca imaginou que seria tão amaldiçoado, só por ter-se permitido aliviar a pressão nos braços de Vânia, na véspera do casamento...

Moral da história :
Nunca comprar um automóvel sem antes fazer um Test Drive.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Só Amor Não Basta

Marco era o filho único de uma família rica e tradicional. Nascido em berço de ouro, vivia na  luxuosa vivenda da família em S. João do Estoril. No entanto, era um rapaz muito sociável e simples.Gostava de frequentar os bailes e festas dos subúrbios mais pobres, onde podia “misturar-se aos plebeus”, como dizia sua avó Helga, recentemente acometida pela demência . E foi no bairro da Cova da Moura ( Amadora ), que conheceu a Clotilde, uma negra estonteante, de curvas voluptuosas, olhos castanhos e cabelos anelados. Trocaram olhares pela primeira vez na fila do "MASTRO-BAR", quando Clotilde pediu um “Sex on the beach” com bastante vodka. Aquele flurt provocante e malicioso foi o suficiente para encorajar o rapaz a segurá-la pelo braço e sussurrar-lhe um pirôpo audacioso ao ouvido. Ela levou o dedo mindinho à boca e sorriu corada. Beijaram-se sofregamente numa viela escura, onde trocaram fluídos corporais à exaustão, antes do amanhecer já estavam perdidamente apaixonados .
Pela primeira vez, Marco estava a sentir e saborear o etéreo torpor de quem ama. Quis levar a sua conquista para um lugar mais íntimo e reservado, onde poderiam entregar-se aos prazeres carnais até seus corpos caírem inertes, mas ela declinou a proposta: tinha de estudar para um teste, tratar das madeixas e fazer manicure – tarefas que todas as meninas de família costumam deixar para o domingo, antes da missa vespertina. Ele, plangente, não insistiu, mas prometeu telefonar.
No regresso a casa, Clotilde sentia-se assaltada por um conflito interior muito grande. Estava apaixonada por Marco, isso era facto, mas tinha medo da reação do pai. É que Sr. Evanildo sempre fora totalmente contrário à idéia de relações inter-raciais, e também detestava a burquesia estabelecida do Estoril. Consumida pela dúvida, Clotilde optou por não atender as chamadas e mensagens de Marco, antes que o seu coração fosse arrebatado por aquela paixão.
O rapaz, porém, não aceitou as escusas da amada, e bradou a plenos pulmões, que enfrentaria qualquer obstáculo para tê-la nos seus braços novamente. Clotilde ficou convencida de que valeria a pena enfrentar as rédeas tesas do pai para viver aquele amor, e marcou um encontro com Marco para saciarem a saudade.
Durante horas pensaram num plano, para que o namoro fosse abençoado pelas famílias de ambos, mas nada parecia suficientemente perfeito. Marco sugeriu que  fugissem para outro país, mas Clotilde não achou a ideia atraente. Exaltado, o rapaz pediu para que Clotilde esperasse, em nome do amor que compartilhavam, pois uma grande ideia tinha acabado de brotar na sua mente. Algo monumental, nunca antes visto nas histórias de amor. Comovida, ela consentiu e deu-lhe um beijo. Esperaria o tempo que fosse, para sacramentar definitivamente aquele amor. Marco partiu, afirmando que voltaria com uma solução irrefutável, e que viveriam felizes para sempre.
Duas semanas passaram-se, sem que chegassem notícias do rapaz. Até que, num sábado de céu estrelado, Marco tocou à campainha do apartamento de Clotilde, de surpresa. Ao abrir a porta, a moça apanhou um susto e apavorou-se, soltou um grito de desespero, prontamente abafado pela boca do rapaz num beijo arrebatado. Lá estava ele, completamente pintado de preto, com um sorriso escancarado no rosto, segurando um lindo buquet de rosas amarelas.
A explicação não se fez esperar, quando Clotilde recuperou, na medida do possível, daquele terrível susto. Começou a contar como fora o processo de transformação. Valendo-se da fortuna inesgotável da sua família, Marco contratou oito dos mais competentes tatuadores conhecidos, e foi para a clínica do pai, onde lhe deram uma anestesia geral e passou doze horas cobrindo o corpo com tinta preta. Tudo preto, em nome do amor contundente que sentia por aquela rapariga.
Depois de ouvir toda aquela fábula, Clotilde respirou fundo e olhou para a bizarra combinação da pele artificialmente escurecida, com os cabelos naturalmente ruivos do rapaz. Sairam juntos durante uma par de noites, mas Clotilde estava diferente.Distante e aborrecida. Ruminando as ideias, um belo dia chamou Marco a sua casa e sem cerimónia, bateu com as mãos nos joelhos e pôs fim ao namoro, ali mesmo, à porta do prédio. Marco, inconsolável, em lágrimas, não conseguia entender o que acabara de acontecer. Justificou-se, afirmando que fizera um verdadeiro sacrifício por ela, mas a negativa permaneceu incólume. “Só amor não basta”, murmurou ela, secamente, pedindo que o rapaz a deixasse em paz.
Desesperado, o rapaz ficou em pranto, a gritar no meio da rua: “Porque é que só o amor não basta? Porque é que só o amor não basta?”. Os vizinhos e transeuntes riam e zombavam dele. Clotilde ria-se também da janela do quarto, até que lhe gritou sarcástica: “O amor é como criar um elefante Marco. Dá um trabalhão e mais dia menos dia caga-te em cima”. Ria-se com escárnio. Ninguém, nem mesmo a vizinha do 319, compreendeu o que ela quis dizer com aquilo, mas o rapaz desapareceu dali, vencido pela vergonha.
Clotilde fechou a janela, fechou as cortinas, pegou no ramo de rosas amarelas ainda com um sorriso nos lábios, enterrou a cara no meio das rosas e respirou fundo para lhe sentir o perfume. Numa questão minutos ficou sem conseguir respirar, os lábios e as narinas incharam tanto que pareciam duas bolas de ténis, ao mesmo tempo que uma violenta erupção cutanea lhe invadiu a pele.Morreu sem que ninguém pudesse valer-lhe. Foi encontrada pela mãe, sem vida, no chão do quarto pintado de rosas amarelas. Os médicos apuraram que ela sofria de uma desconhecida e fatal alergia a rosas amarelas.
Os vizinhos lamentaram muito a perda de uma vida tão jovem. Culparam o namorado -" Aquele preto do caralho com quem ela andava ultimamente ! "

Moral da história :
Haaa... sei lá...desenrasquem-se !

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Sonhos de Menino

Gostava me tornar num novo-rico. Por um lado, ainda sou novo e tenho hipóteses. Por outro, a torneira dos fundos perdidos da UE já secou. Algo me diz que isso pode constituir um entrave à realização deste meu sonho...Mas há sempre outros apoios! Nova Empresa, criação do Emprego, fundos pr'aqui e pra'cóla! no fundo é so papelada.
Devia ser bom. Não tinha que trabalhar muito e teria gostos simples. Música pimba. Futebol Clube do Porto. sandes de coiratos e torresmos o dia todo. As pessoas podiam rir-se de mim mas eu é que tinha o dinheiro. E jipes!!
Eu seria um tipo ambicioso. Estou a imaginar-me a ir ao banco dar a entrada para a vivenda. Qualquer pessoa de sucesso tem uma vivenda. Tudo bem que eu sou um tipo para o sub-urbano, mas o crédito existe para quê? Quando olhamos para os vizinhos e vemos que eles compraram uma vivenda, é de uma pessoa ficar com inveja.
Comandaria os meus próprios negócios. Os meus empregados seriam todos corridos a recibos verdes para poupar nos salários e ainda ganhar algum no IRS. Investir? Claro. A fachada do armazém de construção civil tem que se mudar de tempos a tempos.
Que momentos de lazer eu teria? Levaria a filharada e a mulher comigo e faria viagens no meu jipe, onde apreciaria, de olhos fechados, a sonoridade introspectiva de Tony Carreira. E não me inibiria de evacuar mesmo junto à estrada se a vontade apertasse: a família ficava no carro; a porta ficava aberta de modo a difundir a música; e eu, ali, junto aos arbustos, num momento de descontracção. Era diferente.
Dizem que os novos-ricos têm mau gosto. Pois eu faria gala de o mostrar. Para que é que serve a cultura? Para conhecer mais? E para que é que isso serve? Eu é que teria o dinheiro...
Queria lá eu saber da União Europeia ,das pespectivas da economia no segundo semestre. Queria lá eu saber do referendo. Queria lá eu saber do risco de estrangulamento em 2014 da Caixa Geral de Aposentações. Eu queria era safar-me. Os tipos que andam sempre preocupados com o Conhecimento estão sempre tesos. Os intelectuais: todos pobres. Algum dia alguém viu um patrão preocupado?
E aos fins de semana, convidava uns amigos para ver a minha casa de família de modo a que pudessem constatar o quanto eu tinha progredido socialmente desde a semana passada: que tinha mudado de jipe, que estava a instalar uma piscina e que tinha um plasma para ver os jogos do Porto na SportTV.
E aí sim, eu tornar-me-ia numa pessoa extraordinária
"E aquele menino voltaria a ser..."

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

En route pour la joie

– Não me apetece continuar – lamentou-se ele.– Não? – gemeu ela.– Não – reafirmou ele.– Não? – desesperou ela. – Depois deste trabalho todo, agora não queres continuar?– Não é bem não querer – remediou ele –, não me apetece… não me apetece continuar…– Porquê? – interrompeu ela.– Porque não – disse ele. – Dói-me a cabeça. – Dói? – Ela tossiu. – Porquê?– Não sei – respondeu ele, fez uma pausa e suspirou profundamente: – Se calhar estou com uma quebra de tensão, estou com tonturas.
– Oh… – suspirou ela. – Queres que te desamarre?– Talvez não – sugeriu ele –, põe-me só direito, de cabeça para cima.– E queres um copo de água com açúcar? – perguntou ela, rodando lentamente a grande roda em que ele se encontrava amarrado, completamente nu. – A mim costuma fazer-me bem.– Ias buscar? – agradeceu ele.– Claro, pode ser que fiques bom – disse ela sorrindo por baixo da negra e brilhante máscara que apenas lhe deixava os olhos e a boca à vista mas ele não viu. Bateu-lhe levemente com a chibata no peito: – Ou, se calhar, pensavas que te safavas só por causa de uma dorzinha de cabeça? Ainda falta experimentar uma coisinha. - Dito isso, dirigiu-se para cozinha. Agarrou no frasco de vaselina, e despejou lá para dentro uma mão cheia de areia grossa, misturando bem com a ajuda de uma colher de pau. - Vais ver que vais melhorar querido !! - gritou ela da cozinha com um sorriso matreiro nos lábios.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

the ring of fire

Dois anos depois da entrada em vigor da nova lei do tabaco, a discussão faz-se agora em torno dos benefícios de colocar imagens chocantes nos maços de tabaco, como já se faz no Brasil e outros países do mundo.
Se isto for avante, eu sou bem capaz de deixar.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Where The Long Shadows Fall


"Pai Nosso "
Versão Rap 
Cóta do people todo yó, que estais no Sky,
santificado seja o Teu tag,yó
venha a nós a Tua dreadzone,
seja feita a Tua cena,
assim no Cerco como na Rotunda da Areosa
O BigMac nosso de cada dia nos dai hoje,
perdoa as nossas má-filas,tás a bêr? 
assim como nós perdoamos a quem nos dá a  banhada
e não deixes que nos lixe a mona tá mano?
mas livra-nos da bófia e coiso.
                           YÓ                            

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

I Saved The World Today ( um conto de amor? )

Carla estava desolada. Numa única semana tinha perdido o emprego, o noivo e o episódio final da novela.  "Lágrimas  De Paixão" ( argumento de Tó Zé Martinho, música de Paulo Gonzo ). Não ficou a saber se Frederico chegou a casar com Catarina, a empregada - moça pobre e humilde mas com muito talento para design de moda - do seu pai, o malvado Dr. Salgado, um poderoso industrial de Lisboa. Daqueles que têm uma herdade no Alentejo e tratam a mulher  e os filhos por você. Têm um filho e uma filha a quem deram o nome de Frederico e Rafaela, só para depois poder chamar-lhes Fred e Rafa - ele é bom, e ela é uma grande puta.- Não ficou a saber se os pobres ficaram ricos, e os ricos ficaram pobres. Nem se o bondoso Sr. Esteves, que tem uma oficina, chegou a conseguir pagar a dívida que tinha contraído para comprar no mercado negro Indiano, um rim para salvar a sua mulher - a D. Carminda. Perdeu o casamento do Pedro ( engº na EDP ) com a Anabela, que sofria de sindrome de Tourette ( chamava nomes aos transeuntes na 24 de Julho e mostrava as mamas na rua Augusta nos dias feriados).
Era muita má sorte!! Um belo dia, junto com a correspondência, Carla encontrou o panfleto de um feiticeiro " Professor KARALHE ". Muito conhecido e afamado, era garantido um trabalho bem feito. Já tinha curado cancros, casamentos desfeitos, impotencia do tipo "rigor mortis" e mesmo incontinencia agressiva. Era tão competente e sofisticado que aceitava pagamento com cartão de crédito e realizava, inclusive, consultas online.
No início, Carla fez de conta que nem tinha lido o anúncio. Nunca foi de acreditar em feitiçarias, não seria agora, em pleno desespero, que iria começar a acreditar.( isso é coisas para sopeiras e jogadores de futebol como o João Pinto ). Olhou para o porta-retratos e viu a face do seu homem... Bateu-lhe uma saudade tão grande e uma coceira nas ventas, que acabou por  mudar de ideias. Empolgada, enfiou um vestido bem justo e lambuzou os lábios com baton vermelho-vivo. Já estava a ver tudo : sairia da casa do feiticeiro de braço dado com o ex-futuro-noivo.
O escritório do Professor "KARALHE" era tão perto, que foi a pé. Sentiu o vento atravessar-se nos cabelos crespos, e balançou as ancas, sentindo-se tremendamente sedutora. Ia pegar naquele homem pelos colarinhos e faria misérias com ele, com a certeza de que, agora, ele não lhe poderia  escapar. Chegou à  porta do escritório e viu uma enorme placa, com o desenho quase abstrato de um negro envolto em panos brancos, onde se lia:

Professor KARALHE, pai-de-santo e consultor espiritual.

Traz o homem amado de volta no mesmo dia 

100% aos seus pés e de mais ninguém

Consultas 24h por dia

Aceitamos cheques ou cartão de crédito

Depois de aguardar duas horas e meia, e de ter lido um romance da "Harlequin" inteiro, finalmente foi recebida pelo feiticeiro. Pousou  sobre a mesa uma foto do seu homem, umas cuecas usadas, meias suadas e até uns pintelhos que tinham ficado presos nos dentes. Pediu ao Professor que o trouxesse de volta naquele mesmo dia, custe o que custasse.
O pai-de-santo, girando os olhos e fumando um charuto , disse que não precisava de nada daquilo. Gemeu algumas palavras desconexas, arregalou os olhos e perguntou se ela só o queria de volta. Carla respondeu que sim! Isso era tudo que ela queria, naquele momento.
- Mas você quer-lo, digamos, 100% aos seus pés? Pra não ser de mais ninguém?
O corpo de Carla tremeu em uníssono. Um sorriso quase lhe rasgou as bochechas, e ela anuiu com a cabeça, freneticamente, batendo as palmas das mãos e tremendo das pernas com um nervoso muidinho. O que poderia ser melhor do que, além de ter o homem de volta em menos de três dias? Tê-lo cem por cento aos seus pés, loucamente apaixonado, pedindo beijos e amassos?!
Com consentimento, o professor começou os trabalhos. Voltou a gemer, com os olhos em turbilhão, e repentinamente, interrompeu. Disse, com os ombros balançando, que era preciso fazer a oferta, senão o trabalho não teria garantias. Carla sacou de  uma nota de 100 euros e colocou-a sobre a bancada. Mas os espíritos recusaram. Aquilo ali não curava nem pé de atleta, que fará amor...
Depois de muito negociar, fechou o trabalho em 700 euros, Para ser tão caro, pensou ela, deve ser tiro e queda! Enquanto assim pensava o Professor anunciou, enfim, que estava feito. Aquele homem seria dela novamente e para todo o sempre. Cem por cento aos seus pés. E de mais ninguém.
Agradecendo, Carla deixou o escritório e, para seu espanto, avistou o noivo. Era demais para ser verdade... Do outro lado da rua, a comer uma sandes de coiratos, lá estava ele!
- João!!! meu machão! Olh'euaqui, toda sua!- Gritou Carla em grande espalhafato na rua. Ao ouvir tamanho escândalo, o homem pôs-se a correr e, apavorado, foi violentamente atingido por um enorme camião. O impacto fez com que o seu corpo fosse projectado mais de 20 mts e caísse bem na frente de Carla, inerte, sem vida. Ela berrou, e chorou.Depois do desgraçado ser enfiado num saco e numa ambulancia, Carla foi a correr para o escritório do professor KARALHE. 
- Ele morreu! Ele morreu aos meus pés,! Não era isso que eu queria!
O velho feiticeiro tirou o charuto da boca e sorriu. Do sorriso, formou-se uma gargalhada sonóra. Ela tremia. As meninas que  ajudavam o professor também sorriam, matreiras. Carla, revoltada, não conseguia entender a graça que aquilo tudo tinha, sentia-se enganada.
- Não pediu que ele voltasse para si? cem por cento aos teus pés?! Então, vai dizer que o trabalho não foi feito? Ele não pode ser de mais ninguém...
Carla parou de chorar por alguns segundos, raciocinou e acabou por concordar com aquela lógica. Limpou as lágrimas, agradeceu a atenção e pediu desculpas por qualquer inconveniência. Agora, só precisava de um emprego e aderir à MEO, para gravar as novelas. Voltou para casa, saltitante, e a lamber um gelado. Despiu-se, meteu um CD do Henrique Iglesias a tocar e dançou, alegremente, madrugada adentro.
Enquanto isso, Juvenal - o camionista- recebia 300 euros do professor, por mais um trabalho bem feito!

Moral da História:
Mais vale um noivo na morgue, que por aí a voar!


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Bonne Nouvelles des Étoiles ( um conto de Amor )

Ele ajeitou cuidadosamente o nó da gravata, passou a língua docemente entre os lábios, remirou-se ao espelho, conferindo a esquadria do risco do cabelo e o rigor da barba grisalha aparada e experimentou o seu melhor sorriso, que tentou perceber se se transmitia ao olhar ou se ficava pela boca. Queria sorrir completamente. Desejava do mais profundo do seu ser que toda a sua expressão sorrisse, que todo o seu corpo lhe desse a entender a alegria com que a via.
Satisfeito com o sorriso, voltou ao quarto e vestiu as calças, engomadas e vincadas com minuciosos e religiosos cuidados, que tirou de um nobre cabide de pé em madeira negra, que lhe guardava com formalismos de velho mordomo as calças, o casaco e, sobre um estrado de cinco finas ripas, os seus lustrosos e brilhantes sapatos, tão formais como o cabide. Enfiou a camisa nas calças e vaidoso constatou a certeza com que fizera o nó windsor da gravata, cuja ponta tocava ligeiramente no cinto. “A medida perfeita” vangloriou-se satisfeito, alisando suavemente as pernas das calças junto aos bolsos que verificou, cautelosamente, estarem completamente estendidos não deixando quaisquer inestéticas rugas visíveis.
Baixou-se para pegar nos brilhantes sapatos, procurando o seu negro reflexo, que conseguiu ver, e sentou-se no sofá junto à cama para se calçar. Ajeitou-se, prevenindo a formação de vincos, pegou na calçadeira de prata reluzente que se encontrava sobre a mesa-de-cabeceira e dobrou-se para iniciar a operação.
Em pé, tornou a conferir o perfeito alinhamento e bem posta rigidez das calças, da camisa e da gravata. Não sorriu mas esfregou as mãos, animado.
– Boa tarde – disse, para ouvir a sua própria voz, para a modular, para lhe ajustar o volume. – Boa tarde – repetiu, fazendo uma pequena mas charmosa vénia com a cabeça. – Boa tarde – voltou a dizer, enquanto desmiolava o casaco, separando-o do elegante cabide de ombros largos, bisando a vénia a que acrescentou o sorriso que treinara ao espelho. – Boa tarde.
Vestiu o casaco, fechou o primeiro e segundo botões, deixando o terceiro propositadamente fora da sua casa, e encaminhou-se, com passo seguro mas lento, ao guarda-vestidos que abriu para se mirar ao espelho, numa última análise do seu cuidado reflexo.
– Boa tarde – cumprimentou, sorrindo, com uma subtil e delicada vénia.
Fechou a porta do guarda-vestidos com um suspiro, apesar de tudo receoso, e caminhou batendo os pés, tanto para os aquecer, como para afastar o sentimento incómodo de desânimo, de dúvida que lhe embaciava o olhar, condicionava a postura e lhe toldaria a voz se permanecesse.
Olhou para o relógio,  “Está na hora” pensou, ajeitando a franja. Passou a mão pela barba como se a conseguisse alisar, aprimorou o nó da gravata e, confiante, dirigiu-se à cozinha, em passos seguros, repetidamente cronometrados e sem parar, encostou-se à porta da rua, que não abriu, à espera.
Ouviu-a. Conheceu-lhe os passos, rápidos, decididos, atarefados, lindos...Eram para ele como os raios de Sol da manhã, depois de uma noite de monção.Abriu a porta.
Olharam-se, ela sorria radiosamente, tal como ele antevira e ele abriu o seu sorriso, já não o ensaiado, mas o espontâneo, que lhe rejuvenescia a face, a expressão, o corpo. Compenetrado, fez a sua ligeira vénia enquanto a cumprimentava com o seu mais caloroso tom de voz:
– Boa tarde.
– Boa tarde, senhor Carlos – respondeu ela, genuinamente simpática. – Não sei como é que arranja isso mas o senhor está cada dia mais bonito.
Ele sorriu como um menino tímido, agradeceu com nova vénia e passou-lhe o estojo com as três marmitas vazias recebendo em troca as cheias com a sopa, o almoço e o jantar.
– Até amanhã, senhor Carlos – a funcionária da Segurança Social que distribuía as refeições ao domicílio piscou-lhe o olho. – Amanhã à mesma hora, não se esqueça.
– 13h00!
– Nem mais. Até amanhã!
– Até amanhã, menina. - Não lhe sabia o nome, apesar deste ritual que durava há mais de 5 anos. Amava-a. Amava-a com um amor que fazia rugir todas as células do seu corpo. Amava-a com o Amor perfeito. Puro como a água cristalina que brota do coração das pedras. Um Amor tão forte e tão profundo como os alicerces da Terra.

Bom fim de Semana!!!

It Doesn't Matter If You're Black Or White

Durante anos e anos discutiu-se amnplamente se Michael Jackson seria preto ou branco. Os racistas ou "supremacistas brancos", cuja idiotice chega a sugerir aquele tipo de piedade que reservamos para os atrasados mentais, ( eu sugiro essa piedade ) nunca aceitaram que Jackson fosse um dos seus. Os activistas negros, cuja estupidez nos inspira a complacência guardada para os néscios, repudiavam ao artista o fade out ao contrário que lhe levou a cor.
Apreciando as mais recentes notícias, excluindo as possibilidades de homicídio que não são definitivamente importantes para este caso, o Sam deslindou, da aleatória massa noticiosa, o enquadramento etno-racial do quinamento do King of Pop. Este era, sem sombra de dúvida, branco. Sabem como o Sam descobriu? Facilmente.
Michael Jackson morreu de sobremedicação, ou seja, pela entrada excessiva de medicamentos no seu sistema fisiológico. Ora, todos no planeta sabem que os pretos morrem por submedicação, isto é, por não terem acesso a medicamentos suficientes, integrando-se Jackson, inequivocamente, do outro lado da discussão.

P.S. – Se este blog fechar inesperadamente e o Samaparecer a abrir telejornais, ou houver em Aveiro motins e protestos por motivos raciais, dos idiotas referidos no primeiro parágrafo, mostrem este texto à bófia. Pode ser que explique alguma coisa. Como cantava Michael jackson "It Doesn't Matter If You're Black Or White " até porque ele agora deve estar verde-viscoso !

P.P.S. – Se for só o Diogo Feyo a reclamar na televisão não vale a pena preocuparem-se.




quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

On the Rocks

Querido Diário :
Hoje o Manel  bateu-me. E não foi uma estalada na cara, nem um soco no estômago como de costume.. Para minha surpresa, deu-me uma vassourada no cú. Sem motivo aparente,  zangou-se comigo e começou  chamar-me de porca imunda. No começo, eu até que gostei, achei excitante, pensei até que a gente iria fazer alguma perversão na cama. Engano meu, ele só queria bater-me! 
Queria bater-me mais, mas eu não deixei. Saí a correr, que nem uma louca, quando ele me deu a primeira vassourada. O pior é que eu tinha acabado desair do banho e não tive tempo de agarrar uma toalha. Tive de sair toda nua! Mas eu não me importo, quem manda no meu cú sou eu e ninguém tem nada com isso. Fui a correr para a casa da minha irmã, que não podia saber da zanga, senão tinha um enfarte. Contei uma história qualquer, disse que tava com saudades, e pedi um copo de Coca-cola, com gelo e limão.
Quando escureceu, voltei para casa, e o Manel tava deitado no cama. Liguei a televisão, para espairecer. Acabei por adormecer no sofá, e só acordei de manhã cedo, com o filho-da-puta a mandar-me fazer-lhe o pequeno almoço. Também não me fiz de rogada, mijei na chávena e misturei no café. Quem dera que ele sinta o gosto de mijo quente e dormido e se lembre que não sou um saco de pancadas. Ai dele se me bater de novo! Ele nem imagina o que eu posso fazer com um bolo de chocolate com recheio cremoso...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Your Hands In The Air ( Um conto de Amor )

Quando o ladrão sacou a arma e apontou à cabeça de Guilhermina, esta, desatou rir e a bater palmas efusivamente. 
Este comportamento estranho, manifestou-se pela primeira vez na adolescência, na sequência de uma noite febril, devido a uma infecção urinária que contraiu no wc do salão de festas onde comemorou os seus quinze anos. Daquele dia em diante, sempre que era acometida por fortes emoções, ela ria e aplaudia involuntariamente. Por mais que tentasse conter aquele impulso doentio, era sempre vencida por esse comportamento impulsivo, neurótico e constrangedor. Foi assim no enterro da avó, no enterro do avô, quando foi ao IPO visitar o tio, que definhava vítima de um cancro no fígado, na sua primeira noite de amor, na extração dos sisos, no estádio do V. Guimarães, quando o Miklos Fehér não resistiu à paragem cardíaca que o vitimou, até no reveillon de 2001, que passou presa num engarrafamento na Avenida dos Aliados. Vários médicos, psicólogos, psiquiatras e até paranormais tentaram cura-la, em vão.Tudo em vão. Sentia-se infeliz, até a noite do fatídico assalto, naquela esquina deserta da baixa Portuense, onde ela nunca tinha passado antes. 
Ambrósio só queria a bolsa e o iphone, mas quando a viu a rir e a bater palmas, palmas e mais palmas, ficou congelado. Era o dia do seu aniversário, ninguém se tinha lembrado, nem mesmo ele, até aquele momento. Tinha esquecido dele mesmo. Aquele gesto de desespero foi o mais próximo de uma congratulação que recebera. Contendo o choro, o rapaz ajoelhou-se e pediu perdão a Guilhermina. Conversaram a noite toda, caminharam durante horas. Quando chegaram à Foz beijaram-se. Guilhermina  livrou-se de um assalto e ganhou um grande amor. Um belo dia de Maio casaram-se. O problema era quando faziam Amor. Quando Guilhermina chegava à hora da Verdade, o pobre rapaz levava cada chapada naquelas trombas que até via galáxias e constelações. Acabou mesmo por ter de submeter-se a uma operação plástica à cara, de tal maneira que se apresentava deformada.

Moral da história :
O CRIME NÃO COMPENSA !

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

WORKING CLASS HERO

Li ontem no JN uma notícia, que dava conta da viagem a Fátima de um grupo de trabalhadores da fábrica "Imperconser" de Vila do Conde. O cumprimento de uma promessa feita à santa, caso a fábrica não fechasse, e ficassem com os seus postos de trabalho. Ora aí está, um duríssimo golpe  nas grandes centrais sindicais do país, na luta de classes e no seu orgulhoso passado de lutas e conquistas pelos direitos do proletariado. As negociações entre a senhora de fátima e os novos patrões italianos foi um sucesso! Não só a fábrica manteve os trabalhadores, como está a recrutar mais! O Vaticano ( Igreja catolica hipocrita e romana ) converte-se assim, no amanhecer do século XXI, na grande Central Sindical do país. Os santos são uma nova geração de sindicalistas, prontos a usarem os seus poderes, para fazer valer os direitos do proletariado. 
Quais greves, quais quê!? Qual é o patrão que não verga perante a ameaça de uma excomunhão e de uma eternidade na companhia do demónio ( que tudo indica ser judeu, e nós sabemos que os judeus não são para brincadeiras ! )
PROLETÁRIOS DE TODO O MUNDO, AJOELHAI-VOS!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

ATÉ PRÓ ANO PAI NATAL !!!


























Os "the clash" nunca fizeram um album de Natal
...e é uma pena pá !

happiness is a warm gun

Em todo o chamado "mundo livre" se optou pela Democracia Parlamentar. Portugal é diferente! ( claro ). Portugal, depois de uma Ditadura lamentável, optou por uma Democracia Para Lamentar!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ich Bin Ein Camarater

Três décadas depois, o parlamento quer voltar a investigar o chamado "caso Camarate" uma luz parece querer romper a sombra em que a memória de Francisco Sá Carneiro se encontra envolta, devido às  obscuras circunstâncias que ditaram o seu desaparecimento do convívio com os vivos.
Clamou-se, até hoje, por uma(s) verdade(s) que teimava em não se deixar desvendar. Muitas foram as hipóteses e as teorias aventadas para explicar a queda do pequeno avião "Cessna" em que viajavam o 1º Ministro português, a sua companheira Snu Abecassis - ou "aquela grande puta"-, como gostava de lhe chamar a esposa do falecido 1º ministro - o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa, entre outros. O escândalo do tráfico de armas, no qual Portugal seria a plataforma de distribuição para o continente africano, sustentou algumas destas sugestões explicação. Talvez a CIA, tentando salvar a face e apagar provas; altas patentes militares portuguesas, ameaçados na sua tentativa de constituir o seu próprio Plano Poupança Reforma; fala-se mesmo na Opus Dei, que na sua cruzada cristianíssima de devolver as almas ao Criador, tem negociado na distribuição de armas por todo o mundo especialmente onde existem muçulmanos e pretos.
Para que vocemecês-que-só-querem-javardizeee não entrarem em teorias da conspiração, e muito menos não vos sujeitar a ler o grosso e chato livro de Ricardo Sá Fernandes " O Crime de Cmarate", venho aqui contar a verdade.Fruto de longos anos de investigação.
A tese fundamental assenta na conjugação de vários interesses na eliminação dos passageiros do pequeno Cessna, pelo que a hipótese de falta de combustível foi imediatamente afastada pois, inclusive, no manómetro, que foi recuperado inteiro, o ponteiro apontava F- o que não aconteceria nos dias do hoje, porque ao preço que está a gasolina...
Uma associação de interesses levou, então, ao conhecido desfecho fatídico. A UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, , pretendia, com o seu envolvimento, marcar uma posição na defesa da não importação da mulher estrangeira. Fonte próxima da direcção referiu mesmo – e se todos os homens portugueses começassem a imitar o Primeiro-ministro e andassem por ai a arranjar suecas? Que era feito da mulher portuguesa? E que têm as outras que a gente não tenha? Declaração esta,claro off the record.

O 2º elemento da conspiração foi composto pela C.D.C, Crescimento e Desenvolvimento de Camarate que conseguiu, referem, atingir dois objectivos. O primeiro e mais óbvio foi dar notoriedade à localidade de Camarate, segundo um dos elementos da direcção – todos nós sabemos que a dificuldade verdadeira no processo de crescimento sustentado é a criação de uma Marca, que acrescente valor ao serviço oferecido e foi isso que fizemos por Camarate, pusemos a nossa terra no mapa do turismo português, o segundo objectivo foi demolir, sem custos nem licenças, duas casas que, e citamos, - faziam sombra à horta do Presidente da Junta.
O Cérebro :

O projecto só podia ser levado em diante devido às capacidades de organização do verdadeiro cérebro da operação. A revelação polémica, mas verdadeira, de que a irmã Lúcia foi o motor desta conspiração, promete ser um choque para a sociedade portuguesa e católica de um modo geral. Depois de semanas de contactos, de observações, de cálculos para a obtenção da destruição daquelas duas casas especificamente, a colocação do engenho explosivo no bimotor. Ao ler as memórias da última vidente de Fátima deparamo-nos com a seguinte afirmação – Atenta Lúcia no que te digo – dizia-lhe a senhora – tomai atenção ao perigo vermelho. Depois dos cravos virá o dia em que o poder chegará às mãos de um Carneiro. Estareis então no cristão caminho dos justos. Seguindo ainda as memórias da vidente, somos surpreendidos com a revelação de que a devoção à Senhora de Fátima era inferior à devoção ao partido. De facto, Lúcia era uma das militantes mais antigas e uma das mentoras do PCTP/MRPP e, segundo palavras suas, não podia deixar a reacção destruir o glorioso espírito de Abril. Temos então que, a partir do Carmelo de Coimbra, onde mantinha o low profile fundamental, a vidente constituiu-se como o verdadeiro arquitecto de toda esta conspiração.Será esta a verdade, finalmente? Todos os factos apurados apontam para essa conclusão. Camarate foi mesmo atentado ou, como disse a irmã Lúcia, O Carneiro de Deus foi imolado.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

THE BEAST IN ME

É arrepiante, e arrisco mesmo o termo "tenebroso", a “explosão” de «call-center» que aconteceu em Portugal nos últimos anos. É um sinal claro da terciarização do país, dirão uns mais optimistas; é um sinal da dependência portuguesa e da falta de originalidade das empresas nacionais dirão vocemecês-que-só-querem-javardizeeee, é mais um esquema para nos sacar mais guita, não melhorando o serviço, dirão ainda alguns terceiros que-tambm´-só-querem-javardizeeee. Eu sei do que falo, pois tenho o MEO. Nada disto verdadeiramente interessa. O que o SAM quer efectivamente saber é: Para quando um "Call Center" de Fado?, de forma a responder verdadeiramente ao sentimento nacional e aos legítimos anseios depressivos dos portugueses? É que um povo que recorre à depressão-como adolescente à masturbação -  aos pensamentos depressivos e negativos, assim como ás suas apetecíveis drogas, legalmente prescrevidas por charlatões - o termo técnico é "médicos da caixa" - não pode passar sem um serviço deste género! Quando uma pessoa estivesse plenamente satisfeita, quando exultasse de alegria, quando reparasse que ia pela rua com um sorriso, poderia sempre ligar o 0800151515 e ouvir a mais genuína depressão nacional.
Por exemplo ouvir-se-ia, premindo a tecla
#1 – Povo que Lavas no Rio;
#2 – Que Deus me Perdoe;
#3 – Leproso;
#4 – Não é Desgraça ser Pobre,
#5 – Nem às Paredes Confesso;
#6 – Solidão;
#7 – Bêbado Pintor;
#8 – Amor de Mãe;
#9 – O Remorso.
Portanto, quando andar nas nuvens, pode descer à Terra e “amargar um cadito” na depressão como todos os outros.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

same old same old

O Inferno jurídico parece não ter fim para Carlos Cruz.Tudo aponta para novo processo em tribunal,desta feita,aponta-se uma queixa de assédio sexual.A queixosa é a Vaquinha Cornélia que veio acusar o apresentador,acusando-o de e cito «me espremer as tetas descarada e impunemente nos intervalos das gravações,dizendo que tinha sede».

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

FACEBOOK KILLED THE BLOG STAR

Hoje, e na minha tentativa de reactivar o élan perdido aqui no Serial Blogger, fui espreitar os contadores de visitantes e a conta de email que uso aqui no blog.
Naturalmente deparei-me com a triste, mas expectável realidade: O número de visitas diárias caiu de, mais coisa menos coisa, 672 em Fevereiro de 2010, para 175 em Dezembro 2010. Sinto que desiludi os meus fãs e seguidores! Vendo bem, isto até nem são números maus. Considerando que com os facebooks e os twitters já ninguém lê nem escreve blogs (aparentemente, eu incluído). E considerando que há muitos mêses que não escrevo nada que não seja "agora é que vou voltar a escrever no blog" até é estranho alguém continuar a vir cá espreitar. Na verdade não é de espantar que a grande parte dos visitantes tenham vindo de pesquisas por "gaijas nuas", "fetiches com anãs" ou "piaçaba". (E só com esta frase espero ter caçado mais umas 30 visitas).
Mas voltei mesmo. Eu não queria, mas teve que ser. É mais forte que eu. Mas há um problema:
O grande problema dos períodos de silêncio num blog é que parece que o próximo post tem que ser o post. Aquele que vai resgatar o blog da escuridão, das trevas e elevá-lo aos céus, em glória e ao som de coros celestiais (e trombetas - opcional- as trombetas são sempre opcionais, pois eu nunca sei se os meus leitores gostam de música clássica). Como já devem ter percebido não é o caso. Este post é ainda pior do que os outros. É um post de ligação. Um chouriço, bem enchido, para justificar os mêses que passei sem escrever. Uma espécie de desbloqueador de conversa para começar a postar alegremente.
É bem verdade, meus amigos. Este blog tem andado pelas ruas da amargura. E a prova é este post patético. Vamos então terminar o post rapidamente, para não prolongar a agonia. Deixando apenas votos de uma rápida e completa recuperação. Vou começar então por contar o que se tem passado comigo assim de enfiada :
-Andei muito chateado pois com certeza que andei.
-Trabalhei que me fartei.
-Andei chateado pois com certeza que andei.
-Conheci o Amor da minha vida
-Pedi o Amor da minha vida em casamento e ela disse que sim - só isto vai dar um belo post .
-Comprei um apartamento ( como tenho um a costela judia e tenho a puta da mania que sou rambo, comprei a pronto e badabim-badabum lá se foram todas as economias dos últimos 10 anos)
-Fiquei chateado pois com certeza que fiquei.-O apartamento precisava de tantas obras que deixei crescer o bigode e mudei o meu nome para José Neves.
-Casamos.
-Fui de férias e melhorei.
-Ela também ficou sem economias.
-Fiquei chateado pois com certeza que fiquei.
-Agora vivo em Aveiro, a "Veneza Portuguesa".
-Ainda não comi um ovinho mole porque a mulher diz que me faz engordar.
-Fico chateado pois com certeza que fico.
-É só coisas que matormentam.