sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Is This love that im Feeling ?

Com a proximidade do casamento, Sandra começou a sentir a desagradável presença de um fantasma que só costuma assombrar a vida dos homens a partir do 50... Ela temia que a sua libido, pobre e reprimida, a deixasse ficar mal, justamente na noite de núpcias. Tinha medo de ficar sem vontade e, por conseguinte, amaldiçoar o seu futuro conjugal. Foram oito anos de espera, oito anos de namoro, tempo esse que Roberto precisou de fazer esforços mais do que heróicos para não se entregar às tentações mundanas, atendo-se somente ao que estava no alcance de suas próprias mãos. Foi assim que ela quis, com a desculpa obvia, que desejava casar virgem. Ele, apaixonado, anuiu. Como não era mulher de se deixar abater por desafios, a futura noiva ligou para Vânia, a sua melhor amiga e muito interessada no oculto, mágia negra e fã incondicional de histórias de vampiros, possuindo toda a colecção de DVD's da serie  "Buffy, caçadora de vampiros" . Um pouco embaraçada, revelou a sua angústia e pediu uma solução rápida, prática e simples, que não precisasse de mundos ou fundos para resultar. Sandra queria ser a mulher mais sensual em que Roberto já pusera os olhos. Queria fazer daquela, a primeira das infindáveis noites de prazer que teriam juntos, para o resto de suas vidas.
Na véspera do casamento, seguindo as instruções rascunhadas numa caixa engordurada de comida chinesa, Sandra preparou a poção afrodisíaca. Segundo a sua amiga, o sumo de uma beterraba madura deveria ser misturado a duas cabeças de alho, com  açúcar amarelo e noz moscada, deixar a poção dormir sob a serena  luz da lua, dentro de um frasco branco de porcelana. «Podia ser pior, penso Sandra, por momentos pensei que ia mandar-me enterrar uma ninhada de filhotes de ratos albinos e assim...».
Chegado o grande dia, a noiva acordou antes dos galos e recolheu o caldo mágico, que foi reservado então numa pequena garrafa de Martini, escondida no fundo de sua mala. Depois de almoçar pela última vez como solteira, Sandra seguiu para o hotel, onde teria uma tarde inteira de relaxamento, banhos de lama, SPA completo e toda a produção que requer um evento como aquele. Ao cair da noite, estava deslumbrante, com um brilho no olhar que chegava a cintilar mais que as estrelas.
A cerimónia correu como o esperado, e a festa foi um desbunde. Todos se fartaram de beber e dançar, e o casal sorria como se não houvesse fome na África e nem gente aleijada pelo mundo ( essa foi baixa eu sei, mas eu só sou o autor do texto, quem inventou foi o narrador, que tem a mania ). No fim da festa, fugiram pelo jardim, rumo a tão sonhada lua de mel. Como o vôo só  partia ao amanhecer, seguiram para uma luxuosa suit do hotel. Sandra, já ansiosa com o que estava por vir, aproveitou uma distração do marido para beber o sumo do amor.
Estavam, enfim, a sós. Pela primeira vez, depois de tantos anos, entregaram-se ao prazer das próprias carnes, qual rodízio. Beijaram-se, despiram-se e quase perderam os sentidos de tanta aflição. Sandra começou a sentir crescer uma sensação estranha e inusitada dentro de si, e ainda não era a virilidade de Roberto. Um fogo ardia entre suas pernas. Estava a sentir-se, pela primeira vez, como uma femea no cio. Tamanho era seu o tesão, não sabia se aquilo era um orgasmo, ou combustão espontanea. Explodiam bombas dentro de seu corpo, ininterruptamente.
Amedrontada, Sandra correu para a casa de banho, onde não conseguia parar de urinar. Talvez, se tivesse seguido rigorosamente as instruções de beber somente um gole daquele licor, não estaria a sofrer com aqueles fortíssimos espasmos vaginais. Sem saber o que fazer, pediu para que o marido a deixasse só, pois não queria que este, assitisse ao seu sofrimento. Como ela não conseguia descolar o traseiro da sanita e urrava de dor, Roberto reagiu por instinto. Com um balde cheio de gelo, tentou refrescar sua esposa, mas a cena que se seguiu foi no mínimo grotesca.
Como uma boneca de cera, Sandra começou a dissolver-se na frente do marido. Seus olhos saltaram das órbitas, enquanto a pele escorria para o chão, totalmente liquefeita. A sua agonia era tanta, que aos poucos ela foi perdendo os sentidos, esvaindo-se para dentro do fundo da sanita. Em poucos segundos, os seus gritos agudos e estridentes deixaram de se ouvir. - ao mesmo tempo, o vizinho do quarto ao lado batia palmas pensando para si « hááá leão, granda berlaitada ». Entretanto Roberto estava atónito com aquele horror. Já não restava mais nada de Sandra, a não ser uma gosma verde pulsante, viscosa e disforme no fundo da sanita. O viúvo, ainda em choque, puxou a descarga. Dirigiu-se ao mini bar, sacou de uma lata de cerveja, abrui-a e, acto contínuo, saltou para cima da cama cruzando as pernas e ligou a tv. Nunca imaginou que seria tão amaldiçoado, só por ter-se permitido aliviar a pressão nos braços de Vânia, na véspera do casamento...

Moral da história :
Nunca comprar um automóvel sem antes fazer um Test Drive.

1 comentário:

Anónimo disse...

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