quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

A VISÃO DE MUSTAFAH




Um conto de Natal, pelo eminente poeta, romancista, dramaturgo, filósofo e líder Espiritual Sam.
Mustafah nasceu e cresceu na zona do alto Nilo, no actual Sudão, numa aldeia remota mas relativamente próspera e habitada por gente simples e dedicada que vivia da agricultura e da pastorícia, era abençoada pelo rio Nilo, pelo vento quente e pelas chuvas abundantes. Mustafah era pastor e trabalhava para o seu primo Aúda, que tinha uma centena de ovelhas e cabras e era casado com duas delas, sendo um homem abastado, podia dar-se a esse luxo.
Certo dia, Mustafah estava no cimo da montanha a guardar o rebanho. Depois de uma canzana ocasional com uma cabra com quem mantinha uma amizade colorida, encontrava-se Mustafah entretido á procura de duas pedrinhas de Silex para fazer uma fogueira e acender um cigarrinho, quando subitamente, viu no meio da vegetação um arbusto que ardia e cujas folhas não eram consumidas no fogo, reparando que estas chamavam pelo seu nome. " Foda-se!!", pensou Mustafah lembrando-se dos sermões do Sheik Basem, "a última vez que esta merda aconteceu por estas paragens, o gaijo acabou por ter de descer a montanha com duas pedras de 10 kg cada uma e com um monte de mandamentos chatos pra caralhe! Ou terá sido por causa da rapidinha que mandei à Rebecca? ( a cabra )". Nisto,Mustafah desata a correr montanha abaixo, correu e caíu 5 vezes, partiu a clavícula e a cana do nariz, mas não parou, enquanto fugia, ouvia atrás de si a mesma voz cavernosa que lhe gritava " Pára Mustafah !!" "Pára!!" mas isto ainda fazia com que Mustafah desse mais à sola, até que a dada altura, o chão tremeu-lhe debaixo dos pés, e uma labareda enorme ergueu-se na sua frente, rodeando-o e tapando o píncaro da montanha mais alta. Foi aí que Mustafah, vencido pelo cansaço, ajoelha-se arrependido e consumido pelo remorço. Chorando baba e ranho, implora perdão a deus por ter desobedecido ao al-amr bi al-maruf ( obediencia a deus ). justificando-se :
-Eu Amo-a deus, eu amo-a! Eu amo aquela cabra. Não é pecado se houver amor !!
Nisto, deus interrompe o pranto de Mustafah já visivelmente irritado e diz-lhe:
- Foda-se, calma Mustafah, não sejas parvo caralho! Eu só queria dar-te lume ! Já agora...orientas-me aí um cigarrinho ??

Moral da cêna :

" O bom crava tem sempre lume."

4 comentários:

Lu.a disse...

Feliz "Festival de Inverno" Sam! :)

Olá!! disse...

Sempre que venho ao teu blog tenho de usar fraldas para incontinentes.

Beijocas e tem paciência com esta cena do Natal, é pró q'estamos...

Sam disse...

Pra ti tb Lu.a!! lol
beijinho doce!

Sam disse...

Já passou Olá....agora é a farra do ano novo!

Eu gosto dessa de fraldas...não me digas que tb fazes "chuva dourada" LOLOLOLOLOLOLOLOLOL

beijinho doce!